quarta-feira, 2 de maio de 2012

O Gênio de Charles Darwin: comentários sobre a temática em foco no terceiro episódio do documentário


O documentário O Gênio de Charles Darwin, apresentado pelo biólogo Richard Dawkins – autor do livro evolucionista Deus, um delírio –, nos apresenta em seu terceiro episódio algumas facetas do embate clássico de evolucionistas e criacionistas na discussão sobre as origens da vida. Essa discussão até o final do século XIX era realizada unicamente por meio de teorias traducianistas e criacionistas encontradas ou formuladas através do livro de Gênesis do Antigo Testamento. Não obstante um divisor de águas entre essa discussão, que se mantém até os dias de hoje, surge em 1859 quando Charles Darwin publica seu livro chamado A Origem das Espécies (título utilizado na edição de 1872).
          Com o fim do diálogo unilateral criacionista que perdurou durante séculos, e o levante do evolucionismo como um paradigma para a explicação da origem da vida, o acirramento do embate entre evolucionistas e criacionistas se torna cada vez mais visível. Nos EUA, um dos palcos desta “batalha”, vários debates entre cientistas ou filósofos criacionistas e evolucionistas tem se estabelecido até mesmo em programas de televisão.
          No entanto, o discurso em torno das origens da vida muitas vezes é levado unicamente para o terreno do confronto ideológico: de um lado se encontra a Igreja (representante da fé no divino) e do outro a Ciência (representante da lógica e da razão). Esse panorama bipolar de disputa pode trazer aspectos negativos para o mundo acadêmico, onde a Ciência é forçada muitas vezes a manter uma postura ortodoxa em relação à teoria da evolução – já que qualquer apontamento contrário pode desestabilizar a força da teoria evolucionista e favorecer indiretamente a Igreja e o conjunto de criacionistas.
A tentativa de derrubar paradigmas é uma das forças que dá movimento ao pensamento científico. Sem esse movimento, não teríamos ciência, estaríamos nos aproximando do mesmo pensamento unilateral do período anterior ao século XIX. Nesse sentido, se torna intrigante o fato de que atualmente qualquer questionamento à teoria da evolução seja ridicularizado, mesmo quando feito por cientistas considerados "sérios".

- Seria a evolução então um fato incontestável, uma verdade universal?

Nem todo questionador do evolucionismo é criacionista, mas ainda assim há um bipolarismo imediato: ou você é criacionista, ou você aceita como verdades inquestionáveis todos os argumentos da teoria evolucionista.

- Comportando-nos desta maneira, não estaríamos em ambos os lados posicionados de uma forma dogmática?

Estes não são apontamentos de um criacionista, mas de um evolucionista que se encontra frustrado com a forma dogmática que alguns tratam o evolucionismo na atualidade. Além disso, outro aspecto intrigante observado que também mutila a liberdade do “fazer ciência” é o seu caráter mercantilista. Ao passo que em uma época onde a Ciência se volta quase que unicamente para o mercado – assunto tratado por Milton Santos em seu livro Técnica Espaço Tempo –, a curiosidade e as dúvidas parecem não mais movimentarem o homem na busca de respostas, na busca do conhecimento.

- Ora, não deveria ser a Ciência o locus da liberdade do pensar?

                                                                                                                          Anderson Rocha


O Gênio de Charles Darwin

O Gênio de Charles mostra que Darwin é considerado pelos criacionistas como alucinação, mesmo com todas evidencias que Darwin deixa para nós os criacionistas recusam-se a procurar entendê-las.
As evidencias da seleção natural que Darwin expõe em suas obras ficam comprovadas cientificamente, mas existem pessoas que se recusam a acreditar na evolução e na seleção natural das espécies. Esse tema é discutido no filme de uma forma bem “científica” onde, por exemplo, leva-se em consideração que os criacionistas tentam destruir o legado de Darwin. Para o próprio Darwin essa questão de religião era um problema, pois sua esposa era uma devota cristã. Olhando o filme nota-se que o cientista instiga professores e religiosos a se perguntarem por que acreditam na teoria da evolução, mas não vão contra as teorias do criacionismo.
Como este espaço aqui é um espaço para discussão, o qual muitas pessoas têm acesso, vou tentar exprimir algumas ideias de cunho pessoal. Apesar de estar em um meio acadêmico voltado para o lado científico e entender as teorias de Darwin de evolução e seleção natural, e saber que a Bíblia é um grande registro histórico mítico e/ou místico, também sou um pouco criacionista. E como os criacionistas do filme, também não sei explicar algumas coisas que não temos evidencias ou provas científicas que possamos nos expressar através da razão. Existem diversas respostas pela qual dentre elas algumas explicadas no filme as quais eu poderia explicar a minha razão criacionista, seja pelos métodos utilizados por meus educadores na hora de aprender que também não quiseram interferir nesse direito que temos de pensar se existe ou não existe Deus. A família também é um fator que interfere. Quero deixar claro que não sou uma dessas pessoas que se recusa a entender as evidencias deixadas por Darwin. Assim como eu, os outros que também incluíram seus comentários aqui neste espaço terão de escolher futuramente a forma como trabalhar estas questões como educadores.
Estou aqui opinando, não sei se saindo fora do contexto proposto, mas mostrando um lado do filme que talvez nem todos tivessem percebido. Outro fator também é que hoje quando se toca nesse assunto de Darwin x Criacionistas há uma grande critica por parte dos dois lados das teorias de um e de outro, então imaginemos Darwin como foi criticado na época em que revelara suas teorias.
Portanto acredito que como no próprio filme a teoria de Darwin é altamente confiável pela história biológica, mas mesmo assim eu me definiria um “criacionista em cima do muro”. E o que fica para discussão nesse post é um comentário do filme que diz: Tentar ter tanto Deus quanto as leis da ciência significa que um ou outro está comprometido?
                                                                                                                
                                                                                                                    Silvio Domingues

Darwin





Charles Darwin (1809 – 1882), sem sombra de dúvida, foi um dos personagens que mais marcaram a história humana.
Ao propor a Teoria da Evolução, baseada na seleção natural e sexual, ele revolucionou extraordinariamente a trajetória da ciência (ao romper com o criacionismo e o traducionismo).
Observou-a através da viagem que realizou a bordo do navio Beagle, entre 1831 e 1836, na qual visitou diversas regiões do globo terrestre e teve condições de perceber uma interessante relação entre fósseis e espécies viventes na época e mecanismos de adaptação de espécies relacionados ao ambiente e modo de vida destes.
Alfred Russel Wallace (1823 – 1913) chegou a conclusões muito parecidas ao primeiro (Darwin) nas suas expedições pelo arquipélago malaio entre 1854 e 1862. Observou transformações entre animais bastante semelhantes de ilhas diferentes (circunstância que implicava no evolucionismo). É considerado por grande número de estudiosos como o “pai da Biogeografia”.
Através de cartas, os dois indivíduos naturalistas britânicos entraram em contato.
Assim Darwin, com receio de que Wallace publicasse primeiro, divulgou a Teoria da Evolução.
A descoberta, como já era de se esperar, causou grande embaraço nas autoridades religiosas e provocou inúmeras críticas negativas à respeito das investigações dos dois eminentes cientistas.
Querendo ou não, por mais cruel que isto possa parecer a algumas pessoas, esta teoria científica apresenta evidências inquestionáveis que a vida evoluiu ao longo de bilhões de anos na superfície terrestre.
Charles inclusive, durante anos, lutou contra si mesmo – inicialmente acreditava firmemente que Deus fora o responsável pela criação dos seres vivos.
Sua esposa Emma Darwin era profundamente religiosa e conforme os estudos de Charles iam avançando, eles chocavam-se cada vez mais com as crenças religiosas da família e da sociedade.
Não se acreditava naquele período histórico em evolução da natureza (conforme este ponto de vista as criaturas seriam estanques, jamais sofrendo adaptações as mudanças na superfície do planeta Terra).
Os representantes da Igreja afirmavam convictamente que as espécies eram fixas, ou seja: todas as espécies que Deus criou no início do mundo são as espécies que existem na atualidade, sem nenhuma a menos ou a mais.
Ao meu, a opinião de muitos que possam ser contrárias às conclusões obtidas por Darwin, não mudam a verdade (manifestada através de fósseis e do mapa genético dos seres vivos).
  
Júlio César Lang


Obs.: Imagem obtida de Google Images.

O Gênio de Charles Darwin



O documentário O Gênio de Charles Darwin retrata o embate entre ciência e religião, ambas propondo paradigmas para a evolução das espécies. Se tratando de um paradigma, a ciência comprova cientificamente suas proposições quanto a evolução das espécies, já a Igreja toma por preceito a base da religião, que por sua vez não pode ser explicada por meios concretos, mas que é defendida pelos seus crentes. A abordagem dessa polêmica discussão no ensino deve ser mediada pelo educador de forma a instigar a investigação por parte dos educandos a cerca da discussão, a fim de contribuir na formação de opinião própria dos educandos e que não seja um conhecimento construído por indução direcionada e sim causada pela reflexão.
 Dentro da perspectiva de afirmação de uma das proposições da teoria da evolução das espécies, seja ela científica ou religiosa a que prevalece é a crença, a crença na ciência que é capaz de comprovar através de seus estudos ou a crença religiosa que requer fé.
Magali Rambo Anschau


O Gênio de Charles Darwin


                “Charles Darwin (imagem à direita) virou nosso mundo de cabeça pra baixo” afirma o professor Richard Dawkins, no documentário O Gênio de Charles Darwin. Está afirmação faz todo sentido quando entendemos que foi este cientista naturalista de origem inglesa que, rompeu com teorias vagas de uma crença até então “imaculada”.
De onde viemos? E para onde vamos? Sempre foram questões que perturbaram e continuam perturbando a humanidade, que sempre buscou apoio para suas respostas dentro do legado religioso para acalmar a sede por indicativos sobre sua destinação ou origem. Poderíamos pensar que isso faz parte de um quadro do passado, o que não é uma realidade. Ainda hoje muitos acreditam que “as verdades” se estabelecem desta forma.
            Dentro do entendimento proposto pela biogeografia, pensar a teoria Darwiniana se faz necessário, e compreendemos de melhor forma esta necessidade uma vez que o documentário mostra o embate religião x ciência. O episódio 3 onde este fato é evidenciado, nos mostra algo ainda mais grave nas crenças religiosas imediatistas apresentadas no mesmo, o ambiente que deveria ser formatado para a  construção do conhecimento, está sendo afetado pelas diferentes concepções religiosas que ainda concebem a criação por Adão e Eva.
            O ambiente educacional deve se propor sim a discutir questões de diferentes orientações, formatando dessa maneira um ambiente democrático e apto para a colaboração na formação do ser social. Sem nenhuma espécie de restrição, por isso o ensino de ciências, o ensino de biologia e demais áreas que tenham o evolucionismo contido no seu saber, não deveria ser reticente quando ao manejo do conhecimento fundamentado por Darwin, em nome da crença particular de cada um dos indivíduos.
            Ensinar através das evidências faz parte deste processo e isso deve ser desenvolvido. Buscar um equilíbrio entre respeito e verdade também. Cabe ao educador manusear o saber sem agredir ou ferir o ideal religioso, não que esta prática seja fácil, mas cabe a ele o bom senso. O que não se poder negar é o acesso à informação, o conhecimento de novas possibilidades, o encaminhamento para a construção do ser crítico.
            Não se trata de uma batalha ateus x crentes, poderíamos ainda ter focado em outras questões concernentes ao documentário, mas certo é que devemos fugir do ufanismo radicalista em prol da difusão do que é evidente e do que pode ser controverso. Não nos cabe, nem de longe, fechar está questão, pois esta muito além do papel do educador nos cabe sim fomentar ainda mais essa discussão para que o saber possa ser cada vez mais difundindo através das reflexões e não mais das ideias postas.

Fonte das imagens: Google Imagens
Acadêmico: Bruno Maciel

O Gênio de Darwin.

No que acreditar, em uma verdade incontestável pelo homem, mas criada pelo mesmo? Ou em uma em que o homem contestou e se baseou em muito estudo e pesquisa para chegar a uma teoria plausível?


Colocando meu ponto de vista sobre o assunto, não posso deixar de expressar o que a muito tempo venho pensando. Sempre contestei a igreja, nada contra aos devotos, mas quanto mais desenvolvi o conhecimento sobre o assunto, tenho mais claro que a religião serviu restritamente como um condicionante do pensamento humano, como uma forma de dominação de um sobre o outro. Porém isso foi mudando de figura, uma vez que mais pessoas buscavam uma outra explicação para as coisas, que não seja a simples obra divina, daí surge o conflito entre a igreja e a ciência.

O vídeo coloca muito bem isso, de um lado os que vão contra as teorias de Darwin, pois estas colocam em questionamento a veracidade da obra divina. Mas esse não é o que mais chamou a atenção, mas sim a forma como este assunto não é trabalhado nas escolas, onde muitos educadores não confrontam as duas linhas de pensamento, para fazer com que os alunos pensem e reflitam por si só, acreditem eles ou não nas evidências científicas, e nem mesmo se posicionam.  

 Mas não se pode simplesmente desconsiderar o papel da teoria religiosa, pois esta também desempenhou parte importante para a evolução de um pensamento, servindo de base a outras obras que buscavam esclarecer o assunto.

Luciano Maier Dias