Uma reportagem da revista Notícias Magazine, com Francisco Carrapiço, investigador em biologia vegetal da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, explica as novas teorias sobre a evolução.
Durante muitos séculos a teoria do criacionismo foi uma forma de explicação sobre a origem do mundo onde se busca atribuir a constituição das coisas à ação de um sujeito criador. Qualquer explicação para o que não era entendido a resposta era Deus. Darwin foi o primeiro a introduzir a idéia de seleção natural, de que a formação de estruturas complexas é uma situação aleatória que ocorre normalmente na natureza e não por obra e graça de uma entidade divina.
Segundo o Cientista, Darwin continua sendo uma grande base e referência para a ciência. Darwin, apesar de ser religioso e acreditar em Deus, acreditava que não era necessária um entidade superior divina para explicar o processo de desenvolvimento das espécies, a natureza independente de Deus segue o seu curso. Além disso, a idéia de que as espécies não são imutáveis, que podem mudar e se transformar, é o contrário da teoria criacionista, onde as espécies foram criadas e não sofrem alterações.
Segundo Francisco Carrapiço, o evolucionismo teve grandes contribuições de outras ciências, como a paleontologia, da biologia e da genética, que nas décadas de trinta e quarenta deram origem a uma nova teoria, chamada neodarwinismo.
O Neodarwinismo foi formulada por vários pesquisadores durante anos de estudos, tomando como essência as noções de Darwin sobre a seleção natural e incorporando noções atuais de genética. A mais importante contribuição individual da Genética, extraída dos trabalhos de Mendel, substituiu o conceito antigo de herança por meio da mistura de sangue pelo conceito de herança por meio de partículas: os genes. Esta teoria baseia-se em quatro processos básicos da evolução: mutação, recombinação, genética, seleção natural, isolamento reprodutivo.
A seleção natural que age quer favorecendo os possuidores de uma dada característica que proporcione uma melhor adaptação ao meio, quer eliminando os indivíduos cujas características os coloquem em desvantagem nesse meio, como no conhecido caso das borboletas Biston betularia (foto acima) na Inglaterra, durante a revolução industrial.
Outro bom exemplo é o caso da evolução do cavalo. Seus registros fósseis começam cerca de cinqüenta milhões de anos. A história da evolução do cavalo está bem documentada e os registros fósseis mostram claramente uma redução progressiva no número de dedos para se adaptar melhor as condições árias do solo a 25 milhões de anos atrás.
Segundo o cientista Francisco Carrapiço, “atualmente a teoria neodarwinista é a teoria dominante e partir da década de noventa surgiram dados que de alguma forma não encaixam facilmente na teoria neodarwinista, como a própria transferência horizontal de genes, isto é, entre organismos que não estão relacionado, mas que transferem genes entre si.
Há imensos casos, talvez os mais conhecidos ocorram a nível das bactérias e talvez seja essa a razão por que não conseguimos definir espécies de bactérias (na transferência vertical de genes a passagem é entre organismos relacionados entre si, de pais para filhos). Esta descoberta é muito importante porque representa a primeira grande fratura da teoria darwinista clássica. Existem outros dados. Por exemplo, uma das coisas que se dizia até pouco tempo era que a especiação dependia obrigatoriamente do isolamento geográfico, depende, mas hoje sabe-se que a formação de novas espécies é possível sem isolamento geográfico. A própria transferência horizontal de genes é disso um exemplo.”
A Transferência Horizontal de Genes é considerada por alguns como um "novo paradigma para a Biologia" e enfatizada por outros como um importante fator entre os "obstáculos ainda não visíveis da engenharia genética". Enquanto a transferência genética horizontal é bem conhecida entre bactérias, foi somente nos últimos dez anos que ela foi reconhecida em plantas e animais superiores.
Como é possível notar, inúmeras discussões a respeito da teoria darwiniana são levantadas entre cientistas, além das discuções entre criacionistas e cientistas. O que não se pode negar é que a teoria darwiniana continua sendo de suma importância para pesquisadores avançarem as pesquisas a respeito dos processos evolutivos.
Referências
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u502755.shtml
http://cfcul.fc.ul.pt/pdfs%20e%20powerpoints/estara%20darwin%20ultrapassado.pdf
http://www.cegbio.com.br/2.AULA.BIO307.TEORIAS.EVOLUTIVAS.press.pdf
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u502755.shtml
http://cfcul.fc.ul.pt/pdfs%20e%20powerpoints/estara%20darwin%20ultrapassado.pdf
http://www.cegbio.com.br/2.AULA.BIO307.TEORIAS.EVOLUTIVAS.press.pdf
Acadêmica: Bruna Dotto
Parabéns Bruna! O assunto é instigante e o texto está muito bem escrito.
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