sexta-feira, 4 de junho de 2010

PROJETO FRANKEINSTEIN


No final do mês de maio deste ano, o cientista Craig Venter, que integrou o Projeto do Genoma Humano, anunciou os resultados de sua mais recente pesquisa com células. O grupo de cientistas, liderados por Venter, criou uma célula sintética, a partir de um DNA produzido de forma artificial.
O código genético sintético foi implantado em uma célula natural e passou a controlá-la, fazendo com que ela adquirisse as características definidas pelo novo genoma. E o mais impressionante é que ela se reproduz. “Se dermos os nutrientes corretos, este organismo pode se replicar sem qualquer intervenção” conta Craig Venter em entrevista ao jornal britânico "Independent".



Embora os cientistas do projeto considerem que a vida foi criada em laboratório, alguns são mais cautelosos, dizendo que ainda é cedo para esta afirmação. Porém, é inegável que a pesquisa representa um enorme avanço no campo da biotecnologia.
De acordo com o site do “Jornal da Ciência” o próximo passo dos cientistas envolvidos na pesquisa é “entender a natureza básica da vida, quais são os conjuntos de genes mínimos necessários para ela”.
Os especialistas esperam que a técnica possa contribuir para o avanço na geração de vacinas, produção de biocombustíveis ou criar microorganismos capazes de descontaminar águas poluídas, digerindo manchas de petróleo no mar, por exemplo. "Isto se torna um instrumento poderoso para que possamos tentar determinar o que queremos que a biologia faça" disse o cientista.
Assim, não podemos deixar de pensar que isso acarretará consequências diretas e indiretas para a humanidade. Pois há o problema da disseminação de vida artificial no ambiente sem se saber o impacto, da mesma maneira que temos com espécies exóticas. A diretora do Instituto Internacional de Bioética, Jennifer Miller, também alertou sobre possíveis conseqüências como, por exemplo, a célula sintética pode se transformar numa arma biológica. Outra preocupação significativa vem de um autor anônimo que postou na internet “Vejo como maior perigo a criação dessas bactérias mutantes que tenham como objetivo consumir algo, como um vazamento de petróleo, por exemplo. Se houver descontrole, essa bactéria pode se reproduzir indefinidamente e começar a atacar produtos a base de petróleo, tais como os óleos minerais, plásticos, estruturas, etc. Não encontrando isto para consumir, tal como a maioria dos seres na natureza se adaptam às condições de seu meio, esta bactéria poderia passar a consumir qualquer outra coisa que não tenha a ver com hidrocarbonetos do petróleo... ou pode servir para extermínio de grupos étnicos...”.
Talvez seja este mais um passo para a modificação de características no DNA humano. Não podemos esquecer que Venter estava envolvido no mapeamento do genoma humano. Afinal, a humanidade nunca se fatisfez em ser um mero produto da natureza e temos muitos exemplos na história do desejo de interferir nos atributos humanos.


Por: Marciele Simon Carpes
Site visitados:

cienciahoje.uol.com.br
www.globo.com/jornalnacional (de 21 de maio de 2010)
www.jornaldaciencia.org.br (de 21 de maio de 2010)
medicinaemrevista.blogspot.com (de 21 de maio de 2010)

Um comentário:

  1. Ótimo Marciele! Sintético, super atual, bem escrito e com posicionamento bem definido. Parabéns!

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