sexta-feira, 4 de junho de 2010

Patenteando a vida: uma discussão pertinente.






Folha de S.Paulo ("Ciência cria primeira célula sintética")
O Globo("Criada vida artificial")






A grande notícia.














Criação ou evolução?
A discussão sobre o surgimento da vida na terra sugere dois grandes eixos contraditórios o criacionismo e o evolucionismo o primeiro com bases em escritos da bíblia (relatos) e segundo defendido pela ciência sugere que a evolução da vida no planeta se dá a parti de organismos primitivos unicelulares apoiando-se em evidencias cosmológica, geológica, arqueológicas e antropológicas.

A notícia em detalhes:
. Craig Venter, cientista-empresário que participou do mapeamento do genoma humano e é bastante criticado por cientistas no mundo todo por conta de suas experiências maravilhosas com interesse comercial, anunciou ontem sua mais recente descoberta, com impactos profundos em todas as áreas e, como de costume, bagunçou tudo e gerou muito barulhoA equipe de Venter conseguiu injetar em uma célula, o código genético manipulado de uma outra, gerando pela primeira vez uma célula “artificial”. Entre aspas porque o material celular destino não foi criado sinteticamente, apenas seu genoma, mas tá valendo.
A célula manipulada aceitou o material genético e cumpriu sua função, se duplicando até bilhões de unidades, com diferenças quase nulas da célula original.
(Célula sintética é criada. Sexta-feira, 21 de maio de 2010 - 13:31. Disponível em: Acesso em 03 de junho 2010).

Veja esse vídeo do projeto genoma: http://www.youtube.com/watch?v=Bu6rbC2cnTM&feature=player_embedded


Quais as implicações dessa nova descoberta na sociedade?

Quanto será o custo dessa nova vida descoberta em laboratório para a sociedade mundo a fora, e na prática que benefícios ela nos trará? Venter imagina que já em 2011 tenhamos vacinas de gripe feitas de células sintéticas.
Prevê-se também a criação, entre outras aplicações, de bactérias programadas para resolver problemas ambientais e energéticos; p. ex., que produzam combustíveis ou que sequestrem gás carbônico do ar. Pois a ciência ao mesmo tempo em que é brilhante e dinâmica pode também ser ingênua um bom exemplo e o projeto de criação da bomba atômica pelo então presidente americano Roosevelt, pensando em apenas conter o nazismo de Hitler, mas todos sabem que não foi isso o que aconteceu. Os efeitos nocivos dessa descoberta e seus supostos benéficos só o tempo nos dirá.

Quanto custará essa nova descoberta?

A verdade a que o cientista empresário Craig Venter já fala em patentear a descoberta, a justificativa e que esse organismo pode cair em mãos erradas e assim seu uso indiscriminado poderá promover uma guerra biológica que poderá ser muita mais devastadora que a guerra nuclear.



Veja o que diz: O britânico John Sulston, Prêmio Nobel de Medicina adverte sobre perigo de patentear a vida sintética:

Londres, 25 mai (EFE).- O britânico John Sulston, Prêmio Nobel de Medicina 2002, advertiu hoje do perigo de patentear a vida sintética o que, na sua opinião, outorgaria o monopólio da engenharia genética a Craig Venter, o criador da primeira célula artificial.

Durante um debate hoje na Royal Society de Londres, no qual se questionou a conveniência de patentear as descobertas científicas, Sulston defendeu que as patentes impediriam os especialistas de fazer importantes investigações a partir da descoberta de Venter.

O debate girou em torno do relatório "Who Owns Science?" ('quem é dono da ciência? ', em tradução livre), elaborado pelo Institute of Science, Ethics And Innovation da Universidade de Manchester (norte da Inglaterra), presidido pelo cientista britânico.

Sulston e Venter já protagonizaram um conflito similar quando em 2000 ambos competiram para conseguir sequenciar o genoma humano.

Venter liderava os esforços do setor privado e defendia os direitos autorais da descoberta, enquanto Sulston, que realizava suas investigações com fundos governamentais e doações, pretendia que a sequenciação do genoma fosse acessível a toda a comunidade científica de forma gratuita.

O enfrentamento entre a iniciativa pública e a privada terminou há dez anos com a conclusão de que, "ao se tratar do genoma humano, os dados deviam ser de domínio público", explicou hoje Sulston.

Os dois cientistas voltam a se enfrentar agora sobre a conveniência de que a primeira forma de vida criada em laboratório, a célula apelidada de "Synthia", seja patenteada por seus criadores.

Segundo Sulston, da Universidade de Manchester, a patente seria "extremamente daninha", já que o texto apresentado para a proteção intelectual da descoberta "exige um preço exagerado pelo uso dos dados".

"Espero que estas patentes não sejam aceitas porque, caso contrário, colocariam a engenharia genética sob o controle do Instituto J. Craig Venter (JCVI). Eles teriam o monopólio de um amplo número de técnicas", explicou.

Perante esse argumento, um porta-voz do JCVI, com sede em Maryland (EUA), replicou que "há muitas companhias e laboratórios acadêmicos trabalhando em diferentes aspectos da genômica e da biologia sintética".

"Muitos deles - continuou - protegem sob patente algum aspecto de seu trabalho, por isso que nenhuma companhia nem centro acadêmico vai ter o monopólio de nada".

O porta-voz de Venter reiterou a ideia que o cientista americano já transmitiu em entrevista concedida este mês ao jornal britânico "The Independent", na qual defendeu a necessidade de uma maior regulação a respeito.

Segundo o relatório "Who Owns Science?", está ocorrendo um grande aumento do uso de patentes entre os pesquisadores.

Para Sulston, esta tendência estaria impedindo o desenvolvimento de pesquisas a partir das novas descobertas que poderiam redundar em benefício da saúde dos mais pobres.

"O problema piorou desde que eu o denunciei já faz dez anos", disse Sulston, para quem, embora seja comumente aceito que a propriedade intelectual das descobertas promove a inovação, "não há provas que isto seja assim".
(Nobel de Medicina adverte sobre perigo de patentear a vida sintética. 25/05/2010 - 16h16 do UOL Notícias. Disponível em:<> acesso em 03 de junho 2010).




Uma discussão pertinente.







A lei de patentes vem sendo alvo de proteste por parte de entidades ambientalistas em todo o mundo, pois patentear a vida tem sido uma pratica corriqueira das empresas do setor de biotecnologia e genética, entre muitos exemplos estão gênero alimentícios, agricultura, pecuarista assim como espécies naturais, fica evidente a intenção de controlar o futuro de toda cadeia alimentar do planeta. A comunidade acadêmica assim como toda a sociedade deve estar atenta para essa pratica das grandes corporações e iniciar um discurso em prol do uso mais democrático das descobertas de cunho científico para que não aja abuso dos limites éticos. A ciência é um agente que faz avançar as fronteiras éticas e morais. O tempo todo ela testa os valores da sociedade e estimula profundas discussões.

Sugestão de vídeos:
The Corporation (A Corporação)

http://www.youtube.com/watch?v=wi857UJn-mE&feature=relatede 1/15

Fernandes Vasconcelos, Antonio. Acadêmico do Curso Geografia da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
HTTP://www.ufsm.br/geografia



Um comentário:

  1. Parabéns Antônio! Tua postagem, além de estar em um formato bastante adequado para esta linguagem de blog, trás uma discussão que é das mais importantes dentro das ciências da vida.

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