sexta-feira, 4 de junho de 2010

Seria um processo de especiação?

Em 17 de maio de 2006 pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) publicaram a descoberta de uma nova espécie de macaco-prego, designado de Cebus queirozi, popularmente denominado macaco-prego-louro ou macaco-prego-galego, os pesquisadores responsáveis pela nova descoberta, Antônio Rossano Mendes Pontes, Alexandre Malta e Paulo Henrique Asfora, encontraram um pequeno grupo nos resquícios da Mata Atlântica do Nordeste, local situado ao norte do Rio São Francisco numa área rica em biodiversidade e das mais ameaçadas do planeta.

Foi publicado um artigo na revista Zootaxa, revista científica internacional, que publica principalmente artigos sobre a descrição de novas espécies e revisões taxônomicas de vários grupos de animais sendo os estudos da equipe pernambucana baseada em imagens fotográficas.

A nova espécie foi encontrada durante um inventário realizado numa propriedade particular do Município de Ipojuca-PE e vive em pequenos fragmentos de floresta, isolados por plantações de cana-de-açúcar. O nome dado à nova espécie (Cebus queirozi) foi uma homenagem à família Queiroz, proprietários da fazenda e que protegeram as matas por mais de 30 anos onde a espécie foi encontrada.




Macaco com dois nomes



Outra equipe da Universidade federal da Paraíba e do Centro Nacional de Pesquisa e conservação de Primatas Brasileiros (CPB) preparava-se para batizar a nova espécie de macaco quando foi surpreendida pela publicação da Federal de Pernambuco na revista Zootaxa e no mês de julho publicaram um artigo na revista Boletim do Museu Nacional do Rio de Janeiro informando qoe o macaco-prego-galego não era uma nova espécie. Realizaram os procedimentos que a taxonomia convencional exige e sacrificaram alguns exemplares e constataram que o naturalista alemão George Marcgrave havia registrado a espécie no século XVII e Johann Schereber descreveu em 1774 como Simia flavia.
Ainda assim a CPB e a UFPB insistem na redescoberta e adaptaram o nome dado por Schereber às regras taxônomicas atuais e batizaram de Cebus flavius.
Até hoje ninguém decidiu o nome científico do macaco-galego mas na lista da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) ele já consta como uma espécie suscetível à extinção.

Aluno Renato Lauri Dutra Elgart Sobrinho


Fontes:
http://www.conservation.org.br/noticias/noticia.php?id=167;
http://jc3.uol.com.br/blogs/blogcma/canais/biodiversidade/2010/04/18/um_macaco_de_dois_nomes_68685.php;
http://www.mapress.com/zootaxa/mtrelli@ufpe.br

Um comentário:

  1. Gostei! A postagem não problematiza uma coisa assim tão importante para a Biogeografia, mas é uma informação bem atual e que demonstra um pouco dos bastidores acadêmicos das ciências naturais.

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