terça-feira, 1 de junho de 2010

A TEORIA GEOSSISTÊMICA APLICADA AO ESTUDO DAS PAISAGENS NATURAIS

A Teoria de Geossistemas surgiu na escola russa, de um esforço de teorização sobre o meio natural som suas estruturas e seus mecanismos tal como existem objetivamente na natureza. A base dessa teoria corresponde ao conceito de que as geoesferas terrestres estão interrelacionadas por fluxos de matéria e energia. Em 1963, SOTCHAVA, citado por DEMEK (1978) introduziu o termo geossistema para descrever a esfera fisico-geográfica como um sistema. Ele a denominou "GEOGRAPHICAL COVER", classificando-a como geossistema de nível planetário. O Geossistema de acordo com as proposições de SOTCHAVA são sistemas territoriais naturais que se distinguem na envoltura geográfica, em diversas ordens dimensionais, generalizadamente nas dimensões regional e topológica. São subsistemas da envoltura geográfica sendo ela própria um geossistema de nível planetário.
A Teoria Geossitêmica foi formulada com a finalidade de aplicar a Teoria Geral de Sistemas ao estudo das paisagens naturais, modificadas ou não pela ação humana, essa teoria foi elaborada por Viktor Borisovich Sochava, segundo ele um geossistema é uma dimensão do espaço terrestre onde os mais diversos componentes naturais encontram-se em conexões sistêmicas uns com os outros. Ocupando espaço de grande importância junto com a região, o meio e o espaço, a paisagem sempre esteve presente na linha temática da geografia, ela responde à orientação da geografia para o concreto, o visível, a observação do terreno, enfim, para a percepção direta da realidade geográfica, ela é para o geógrafo a porta de entrada para o mundo.
A teoria Geossistêmica entende a paisagem como um “todo”, o qual deve ser conhecido e apreendido integralmente dentro de suas componentes, estudando os seguintes aspectos: a morfologia, a dinâmica, a exploração biológica, o sistema de evolução, o estágio em relação ao clímax e o sentido geral da dinâmica, “aprofundando a questão, o estudo dos geossistemas pressupõe um método que trate as esferas geográficas (física/ambiental e a socioeconômica) de modo isonômico, privilegiando as suas inter-relações” (Sant’anna, 1998:21).
A abordagem geossistêmica corresponde a busca do entendimento das variações paisagísticas como produto histórico dos fluxos de matéria e energia, incluindo ai a ação do homem. Embora o geossistema seja um fenômeno natural, todos os fatores econômicos e sócias influenciam na sua estrutura, sendo assim, alem dos fatores naturais, os fatores ligados a ação antrópica também são levados em consideração durante o seu estudo e suas descrições verbais ou temáticas. Modelos e gráficos de geossistemas refletem também parâmetros econômicos e sociais.



“Os geossistemas são formações naturais, experimentando, sob certa forma, o impacto dos ambientes social, econômico e tecnogênico”.(SOTCHAVA, 1976). O geossistema não se subdivide infinitamente pois depende de uma organização geográfica.
O elemento humano é considerado um composto biótico na teoria geossitêmica, como um componente antrópico, mas o fato de reconhecer a utilização do território pelo homem como fator de modificação do geossistema não significa que ele deixa de ser natural e nem que o sistema sócio-econômico se torna um sistema natural-sócio-econômico. A análise geossistêmica se limita pelo menos no estágio atual do conhecimento, a considerar o impacto econômico e social. sobre o geossistema, isto é, as modificações impostas à sua estrutura e suas conseqüências sobre os "estados" e o comportamento do geossistema.
Os geossistemas acentuam o complexo geoambiental e sua dinâmica, tendo importância vital no mapeamento. Em suas relações dialéticas, promovem a paisagem enquanto conjunto singular indissociável e em constante evolução. Os geossistemas/geofácies se caracterizam por uma funcionalidade nos processos de troca de matéria e energia, típicos de sistemas abertos, por meio do equilíbrio dinâmico, constituindo os chamados ambientes estáveis, mas não estáticos, com máxima entropia. Sob interferências sociais, o equilíbrio é ameaçado, aproximando-se da categoria de ambientes de transição ou mesmo instáveis.




Há uma diferença entre geossistema e ecossistema, conforme estabeleceu Sotchava nos anos 60. Sua classificação deu-se a partir de fatores biogeográficos - perspectiva tempo-espacial - em homogêneos e diferenciados, considerando três níveis: planetário, regional e topológico. Para este autor, um geossistema abrange complexos biológicos, possui uma organização de sistemas mais complicada e, em comparação com os ecossistemas, apresenta capacidade de integração vertical consideravelmente mais ampla. Mesmo quando este ou aquele ecossistema coincide espacialmente com um geossistema, as abordagens geográficas e ecológicas não necessariamente serão coincidentes. Em geral, a primeira apresenta uma característica mais generalista, enquanto a segunda exibe um maior grau de especificidade.
Independente da presença e da ação humana, a natureza físico-biológica do sistema terrestre se organiza ao nível dos ecossistemas e geossistemas. Uma abordagem desta natureza considera as atividades humanas em termos de mudanças dos fluxos energéticos de matéria, promovendo modificações do estado de cada unidade ambiental considerada.


Postado por LUCINÉIA LOURENZI

Fontes:
http://ivairr.sites.uol.com.br/dirce.htm
http://www.geografia.fflch.usp.br/publicacoes/RDG/RDG_14/RDG14_Cleide.pdf

2 comentários:

  1. Lucinéia,
    esta postagem está bem interessante, pois resgata e aprofunda uma questão que trabalhamos em aula. Só quero te chamara a atenção para uma coisa: vc constrói toda a argumentação do conceito geossistêmico em cima do Sotchava, mas usa o esquema de geossistema do Bertrand, e estes dois autores tem concepções um pouco diferentes do que seja um geossistema. Assim, tome cuidado para não misturar as fontes!

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  2. Exceto o esquema de Bertrand, que não tem no texto de nota de aula do sites.uol. ivairr/Dirce,escrita pela prof Dirce (veja o site do Ivair) em notas de aula sobre geossistema ,vejo que na maioria você copia o texto da prof Dirce , coloca um título e o restante é plágio.Peço -lhe que separe o que for da outra autora e coloque, no texto que for da prof Dirce, a mesma como autora e não como fonte.Você colocou o esquema do Bertrand e deve colocar noutro texto, porque são concepções muito diferentes. O Adriano escreveu que você misturou as fontes.Grata.

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